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Empresas de Eike têm novo dia de queda na bolsa após anúncio da OGX

Empresas de Eike têm novo dia de queda na bolsa após anúncio da OGX

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Divulgação

Outras ações do grupo também têm quedas acentuadas

As ações das empresas de Eike Batista operam em forte queda na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta segunda-feira (1º), depois que a OGX, a petroleira do grupo, informou que seus poços atualmente em operação no campo de Tubarão Azul não terão sua produção aumentada e poderão parar de produzir ao longo de 2014. Por volta das 13h50, as ações da OGX caíam 24%, para R$ 0,60. Mais cedo, chegaram a cair mais de 35%.

"A Companhia concluiu que não existe, no momento, tecnologia capaz de tornar economicamente viável o desenvolvimento dos campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia. Diante desse fato, a Companhia submeterá à ANP requerimento no sentido de suspender o desenvolvimento dos campos acima indicados", diz o comunicado.

Em função das mudanças de planos, a OGX decidiu interromper a construção, pela OSX, de cinco plataformas. A petroleira disse ainda que o aluguel pelo afretamento do FPSO OSX-1, plataforma conectada ao campo de Tubarão Azul, continuará a ser pago à OSX. Com isso, as ações da OSX subiam 0,71%. A LLX, empresa de logística, perdia 5%, e a MMX, de mineração, caía 5,44%.

Problemas
A produção nos poços três poços marítimos da empresa (OGX-26HP, OGX-68HP e TBAZ-1HP), todos em Tubarão Azul, sofreram problemas operacionais e tiveram quedas e interrupções de produção nos últimos meses, destaca a Reuters.

A produção marítima, que chegou ao pico de 13,2 mil barris de petróleo por dia em janeiro, despencou para 1,8 mil barris por dia em abril, recuperando-se a 6,8 mil barris por dia em maio.

A OGX terminou março com US$ 1,15 bilhão em recursos disponíveis e apenas o pagamento devido à OSX reduziria o caixa da companhia a cerca de US$ 700 milhões.

As sucessivas frustrações com o nível de produção da OGX e a queima de caixa pela petroleira têm motivado forte queda das ações da empresa, contagiando os papéis de outras companhias de Eike listadas na Bovespa.

A OGX teve prejuízo de R$ 804,6 milhõess no primeiro trimestre, quase três vezes superior ao do mesmo período do ano anterior, devido a uma baixa contábil bilionária com poços secos.

Nota de crédito rebaixada
Os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal) deixaram o Conselho de Administração da OGX no último dia 21.

No último dia 14, a agência de classificação de risco Fitch reduziu as notas de crédito da petroleira OGX, de Eike Batista. As notas de curto prazo foram rebaixadas de "B-" para "CCC", enquanto as de longo prazo caíram de "BB+" para "CCC". As notas indicam alto risco de inadimplência.

"O rebaixamento do rating reflete a maior incerteza em relação à vontade e capacidade do controlador da OGX, Eike Batista, de honrar o aporte US$ 1 bilhão na companhia", afirmou a Fitch. "Mais cedo esta semana, a OGX informou que Batista reduziu sua fatia na companhia a 58,92%, através da venda de 2,17% das ações da OGX em maio. Ainda que essa venda seja majoritariamente simbólica, faz crescer as preocupações sobre o compromisso de Batista com a companhia", dizia o texto.

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