É impressão minha ou o jornalismo brasileiro está fazendo com Bolsonaro o que a mídia americana fez com Trump? Preconceito não é jornalismo.
Ignorar movimentos da sociedade, sob o pretexto de considerá-los equivocados, dá errado. Não é papel do jornalismo diminuir o debate.
Bolsonaro existe com todas as suas ideias. Se excêntricas ou não, ele e elas existem.
Apoiadores de Bolsonaro, e falo de densidade eleitoral, também existem.
A democracia permite que ele, seus aliados e apoiadores existam. E têm direitos. Assim como tiveram outros que levaram o país ao brejo da maior recessão econômica que vivemos.
Ignorar seu poder, suas propostas, seus anseios, é um erro de arrogância, pretensão e mau jornalismo.
A tensão política que temos no país é real e não parece perder ímpeto porque a gênese política depois do asqueroso nós contra eles, implantado pela pretensa ditadura lulopetista, um dos episódios mais tristes e lamentáveis da nossa história recente, permite que qualquer um se apodere do nós ou do eles e instale uma guerra, não um debate eleitoral e democrático.]
Preconceito não é jornalismo
Some-se a isso a mania nacional de acreditar em salvadores da pátria e atalhos, que esperava ter sido superada, e o espaço é farto pra eleger radicais de ambos os espectros, condenados em primeira instância e pregadores do paraíso.
Não é papel do jornalismo ser arrogante, jocoso, grandiloquente, superior. Com ninguém!
Ir às ruas, e isso se tornou um conceito mais amplo depois das redes sociais na internet, pra reportar a sociedade, seus movimentos e anseios, com precisão e interesse jornalísticos, o que significa ouvir com apreço e atenção, ainda é o melhor a se fazer.
Uma eleição nunca foi e jamais será decidida numa redação. E jornalismo nunca foi quarto poder de nada.